Temporada de Assembleias na Amec: Engajamento coordenado no relacionamento com Empresas

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Nos primeiros meses de 2020, uma série de ações incentivou o engajamento coordenado entre as associadas da Amec para ampliar o relacionamento com empresas investidas.

“Ainda que realizada antes da intensificação da Crise da COVID-19, a preparação para a Temporada de Assembleias 2020 buscou ampliar o relacionamento entre os investidores em mais de 20 empresas investidas”, disse Fábio Coelho, Presidente-Executivo da Amec.

“Nessas companhias, organizamos reuniões entre os acionistas de assets estrangeiras, assets locais e fundos de pensão para facilitar a discussão de temas como influência na estratégia, sustentabilidade dos negócios, inovação, turnaround, indicação para Conselhos, entre outros temas”, pontuou Coelho.

Cooperação entre Investidores – Membro do Conselho Deliberativo da Amec, Pedro Rudge (Leblon Equities) é entusiasta da preparação para a Temporada da Assembleias. “Vejo com um olhar extremamente positivo a articulação dos acionistas minoritários para otimizar a participação nas assembleias. Faz com que os investidores possam se unir, dentro outros aspectos, para conseguir determinadas indicações de conselheiros”, comenta.

Pedro Rudge
Pedro Rudge, Founding Partner da Leblon Equities

Ele explica que nas empresas com capital muito pulverizado, um acionista sozinho não consegue fazer indicações para os Boards. “É fundamental a participação neste Fórum de articulação. A movimentação da Amec é muito interessante”, defende. Outro aspecto importante é que a Associação congrega investidores com características diferentes, entre assets nacionais e estrangeiras e fundos de pensão, que podem se unir com interesses comuns.

Nesse contexto, surgem diversas iniciativas em um processo de cooperação com as empresas, na qual diversos investidores se unem para articular e definir temas prioritários de engajamento. Pode ser, por exemplo, que uma empresa necessite priorizar sustentabilidade ou aspectos de integridade, desta maneira, será definido o perfil do conselheiro mais adequado para ser indicado. “Vamos pensar em uma empresa de consumo que precisa crescer, podemos definir que o conselheiro ideal precisa ter expertise com o marketing”, exemplifica Pedro.

A colaboração entre investidores potencializa as ações e sua eficácia. É que muitos acionistas isoladamente não teriam condições de tempo e energia para focar na participação dos conselhos em determinada empresa. Neste sentido, a articulação entre as associadas da Amec permite a ampliação da defesa dos direitos e interesses de um grupo maior de minoritários. “A postura colaborativa faz com que alguns possam puxar o barco enquanto diversos outros investidores apoiam, mesmo exercendo uma postura menos ativa”, conta Pedro.

Por isso, as ações conjuntas tendem a permitir o uso do tempo e energia mais eficientes, e que permitem a participação de maior número de acionistas em diversas discussões e assembleias. As consequências tendem a ser positivas tanto para investidores quanto para investidas, que terão conselhos com maior diversidade e maior experiência para a tomada de decisões. É o que se pode chamar de ganha-ganha com a indicação de conselheiros independentes com expertise mais diversificada.

Poder de voto – Um dos objetivos principais da articulação dos acionistas é a ampliação da representatividade nas assembleias. “De acordo ao Código Stewardship da Amec, um dos pontos importantes é o fortalecimento do poder de voto, ou seja, do ativismo dos investidores minoritários”, explica Paulo de Sá Pereira, Vice-Presidente Executivo da Amec e Gerente Executivo da Funcesp, que também participa das articulações em torno da Temporada de Assembleias da Associação.

Paulo de Sá
Paulo de Sá, Gerente Executivo da Funcesp

“A capacidade de indicar e até de eleger membros para os conselhos de administração e fiscal das companhias está plenamente alinhada com ideias de que a participação agrega valor”, defende Paulo. Por isso, as ações da Amec vão ganhando importância para fortalecer diversos aspectos dos signatários do Código, tais como o aperfeiçoamento da governança corporativa, do padrão ético, da justiça nas decisões, para evitar conflito entre agentes, entre outros aspectos.