Amec elege novos conselheiros e vice-presidentes

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No último dia 22, a Amec elegeu seu novo corpo de conselheiros, formado por 15 membros, com mandato de dois anos. Há cinco novatos e dez veteranos no Conselho Deliberativo e Walter Mendes, diretor presidente da Funcesp, foi eleito presidente do referido órgão. Já na Diretoria Executiva, formada por sete representantes de associados e o Presidente Executivo, foram eleitos dois novos representantes. O Conselho Fiscal, com três membros, foi reeleito.

O board conta com diversidade de perspectivas ao incluir gestoras independentes, instituições ligadas a grandes bancos e assets estrangeiras. A representatividade feminina, teve início com a eleição de Daniela Costa-Bulthuis, representante da gestora holandesa Robeco. Além dela, os novos conselheiros são Carlos Takahashi, da BlackRock, Marcelo Arnosti, da BB DTVM, Elmer Ferraz, da Itaú Asset Management e Marcelo Nantes, do Bradesco. Confira abaixo um perfil dos integrantes do Conselho de Deliberativo, da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal da Amec.

Conselheiros de Administração

Alexandre Silverio, diretor de investimentos da AZQuest

Antes de ser sócio da gestora AZQuest, Silverio trabalhou na Santander Asset Management, onde chefiou equipes de renda variável, multimercados e análises de empresa. Passou também pela Gap Asset Management e pela Fleming Graphus Asset Management. Ele está em seu terceiro mandato representando uma gestora independente na Amec. “Temos que defender uma agenda que vá beneficiar a comunidade de investidores como um todo,” comenta.

Para Silverio, o desafio do conselho da Amec em seu próximo mandato será formar consenso de forma mais equânime e célere. Já a instituição deve prosseguir o seu trabalho de busca por aprimoramento na governança corporativa das empresas brasileiras. “A alta administração das companhias não pode pensar apenas na geração de valor para os controladores, tem de ter uma cabeça voltada para o bem de todos os acionistas,” diz.

Carlos Takahashi, CEO da BlackRock no Brasil

Desde março, Takahashi ocupa o cargo de presidente da maior gestora de recursos do mundo no Brasil. Entre 2009 e 2015, ele comandou a BB DTVM, gestora de recursos do Banco do Brasil. Ele evidenciou que a BlackRock é acionista minoritária com participação relevante em várias companhias do mundo, devido a sua participação no mercado de fundos de índice negociados em bolsa. Como é obrigada a deter ações de empresas que compõem índices, a gestora é muito preocupada com questões de governança corporativa de tais instituições, daí a relevância de sua participação na Amec.

A popularização do Código de Stewardship e a ampliação da presença feminina em conselhos de administração são dois pontos que Takahashi destacou como preocupações prioritárias do presente mandato do conselho da Amec. “Temos um país com diversidade étnica muito rica, temos que pensar na preparação e capacitação de profissionais que um dia possam integrar conselhos,” disse ele sobre diversidade.

 Daniela Costa-Bulthuis, administradora de portfólio do Robeco Latam Fund

Além de administrar o fundo da gestora holandesa voltado para América Latina, Costa-Bulthuis também é responsável pelos investimentos em ações da Robeco no Brasil e na África Subsaariana. Está no setor desde 1997 e já passou pelo fundo de pensão Petros e pelo Nomura. Ela disse que sua entrada no conselho da Amec traz sua experiência de ativismo por meio do engajamento, prática consolidada entre gestoras europeias. “As empresas brasileiras precisam superar a ideia de que existe um antagonismo entre controladores e minoritários e por isso o engajamento é tão importante”, disse.

Sobre a ainda baixa presença feminina em conselhos de administração de empresas brasileiras, Costa-Bulthuis rebateu o argumento de que faltam profissionais aptas a ocupar tais posições e disse que as empresas precisam levar esse ponto em consideração ao formularem seus planos de sucessão.

Eduardo Penido, sócio e diretor operacional do Opportunity

No Opportunity desde 1994, Penido já trabalhou no ABN Amro Bank, Citibank e Banco da Cidade. Além de ser membro da Amec, ele participa da Federação Ibero-Americana de Fundos de Investimento, do IIFA (International Investment Funds Association). Já foi membro do conselho de administração da Bovespa e diretor da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (ANBIMA).

Elmer Ferraz, head of equities do Itaú Asset Management

Antes de dirigir a área de investimentos em ações da Itaú Asset Management, Elmer Ferraz trabalhou como analista buy side da gestora. Ele também teve passagens pelo Banco Safra e pela PwC. Ferraz pontuou que, como membro do conselho, irá mostrar o ponto de vista da instituição que representa, ligada ao Itaú Unibanco.

“Infelizmente, ainda observamos vários casos de desrespeito aos direitos de acionistas minoritários e participantes do Mercado de Capitais. Nesse sentido, minha prioridade será no sentido de defender as melhores práticas de boa governança, bem como atuar na defesa dos interesses dos acionistas minoritários,” disse Ferraz, que destacou a necessidade de leis que regulamentem o mercado de capitais brasileiro.

 Helder Soares, CIO da Claritas Investimentos

Antes de se tornar diretor da Claritas, em 2001, Soares foi sócio responsável por operações proprietárias do Matrix e analista do Banco Patrimônio. Ele pontuou que a Amec irá ter um novo presidente em breve, e que um dos maiores desafios do conselho será integrar o escolhido para ocupar o cargo. “Para acionistas brasileiros, as transações compulsórias, como incorporações, por exemplo, seguem sendo um dos maiores desafios de governança, pois os minoritários raramente não são considerados em tais situações,” diz.

Marcelo Arnosti, Gerente Executivo da BB DTVM

Há mais de 20 anos no Banco do Brasil, Arnosti é também professor de economia e relações internacionais. Ele destacou que o norte da Amec é defender os direitos de acionistas minoritários e estimular o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro e que, como conselheiro, pretende ter presença frequente e ativa em busca desses objetivos. Arnosti destacou que, em um cenário macroeconômico de taxa Selic em um dígito, o mercado de capitais deve atrair mais investidores, tornando a atuação da associação ainda mais importante.

“É importante que um número cada vez maior de companhias tenha a consciência de que uma gestão bem governada gera valor, e que a busca por maiores lucros de curto prazo por meio de práticas discutíveis provavelmente reduzirá o valor da empresa no longo prazo, comprometendo seu futuro,” disse Arnosti.

Marcelo Nantes, superintendente de renda variável na Bradesco Asset Management (BRAM)

Formado em engenharia mecânica aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Nantes está na BRAM desde 2018. Antes, ele trabalhou no Black River Asset Management, Ashmore Emerging Markets Management e Ventor Investimentos como gestor de Renda Variável. Além de ser responsável pela gestão de fundos e análise de renda variável e crédito, ele também coordena as áreas de gestão multimercado e estratégias quantitativas. “O conselho precisa determinar proativamente as prioridades para os debates na Amec com o objetivo de corrigir eventuais distorções existentes nos mercados de capitais brasileiro,” disse Nantes.

Para o novo conselheiro, um dos grandes desafios para a implementação de boas práticas de governança corporativa das empresas brasileiras é a multiplicidade de interpretações que a legislação atual permite, o que resulta em um ambiente de insegurança jurídica para todos os tipos de investidores.

Marcos de Callis, superintendente de Gestão e Estratégia da Votorantim Asset Management

Com longa experiência na área de análise, de Callis iniciou sua carreira como trainee do Citibank em 1987, onde trabalhou até 1995. Ele já passou pelo Banco CCF Brasil, pela Schroders, e pelo Itaú. É conselheiro da Amec desde 2017. “Quero contribuir para melhorarmos o mercado de capitais brasileiro. Para tanto, continuaremos acompanhando e apontando atos das empresas de capital aberto que possam ser prejudiciais aos acionistas minoritários, enaltecendo as práticas equitativas, interagindo com os órgãos reguladores, autorreguladores e até com o Ministério Público, no sentido de aprimorarmos a legislação vigente”, disse.

Paulo Corchaki, CEO e fundador da Trafalgar Investimentos

Hoje representando uma gestora independente, Corchaki já representou um grande banco e um investidor estrangeiro na Amec. Ele também chefiou a asset do UBS no Brasil e foi CIO da Itaú Asset Management antes de fundar a Trafalgar. “Consigo entender essas três visões diferentes, e por isso sou uma voz conciliadora dentro do conselho. Agora, temos mais estrangeiros e fundos de pensão no board, que está menos polarizado entre bancos locais e gestoras independentes”, diz.

Pedro Batista, sócio fundador da 3G Radar e sócio da 3G Capital

Entre 1997 e 2006 trabalhou no Banco Pactual, do qual foi sócio. Recebeu diversos prêmios pelas suas análises, como o Institutional Investor, Latin Finance e Institutional Investor. Depois, Batista integrou o UBS Pactual, e foi sócio fundador da Vinci Partners, na qual foi diretor da equipe de research. Desde 2013 está na 3G Capital.

Pedro Rudge, sócio fundador, Leblon Equities

“O mercado de capitais brasileiro é muito menor do que poderia ser,” acredita Rudge, sempre confiante no potencial de desenvolvimento do país nesse setor. Ele tem 22 anos de experiência no mercado acionário brasileiro, com passagens pela IP Capital, Bradesco Templeton e Latinvest Asset Management. Ele também atua no conselho de administração da Springs Global S.A. Rudge destacou que a Amec congrega gestoras independentes, que tendem a ter uma postura mais agressiva, e grandes bancos, que costumam ser mais conservadores em seus posicionamentos. “Um dos desafios da instituição é encontrar o ponto de equilíbrio entre essas duas visões,” comentou.

Rudge disse que o mercado brasileiro ainda tem muitos casos gritantes de conflitos de interesse envolvendo os controladores das companhias em detrimento dos minoritários. Com frequência, nos casos em que a empresa tem ADRs, acionistas encontram mais amparo legal no mercado norte-americano. Tais situações podem prejudicar o mercado local e fazer com que os investidores prefiram investir nas bolsas estrangeiras.

Peter Taylor, diretor e chefe de renda variável brasileira da Aberdeen

Desde 2007 Taylor está na Aberdeen. Antes disso, ele trabalhou com finanças internacionais na International Finance Corporation, em Hong Kong.

Roberto Reis de Freitas Junior, head of equities da Santander Asset Management

É formado em engenharia civil pela UFMG. Iniciou sua carreira como analista de ações no Sudameris em 2000, foi gestor de fundos no BankBoston, passou pelo ABN Amro, foi sócio da RXZ Investimentos e desde 2012 é responsável pelos fundos de ações da Santander Asset Management no Brasil.

Walter Mendes, diretor presidente da Funcesp

Um dos fundadores da Amec, Mendes foi presidente da associação entre 2009 e 2011. Na sua gestão, foi iniciado o processo de internacionalização da associação e a dinamização da Comissão Técnica, fórum de discussões sobre questões de governança. Ele também já participou da Apimec, que reúne analistas, e da Abrapp, que representa entidades de previdência complementar. Antes de dirigir a Funcesp, ele presidiu o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. “Estou voltando a ter uma atividade maior na Amec agora, como presidente do Conselho Deliberativo. Espero contribuir com minha experiência para manter a Amec na posição de destaque que assumiu no mercado de capitais brasileiro,” disse Mendes.

Mendes destacou que a Amec está em processo de seleção de um novo presidente, o que por si só já representa um grande desafio para a instituição. A conciliação de interesses gestores locais independentes, gestores de bancos, estrangeiros e fundos de pensão é outro desafio apontado por ele. “Temos que ter a capacidade de encontrar os denominadores comuns e continuar avançando, crescendo e aumentando nossa voz. Precisamos também diversificar nossas fontes de receita, incrementando mais atividades técnicas de difusão de conhecimento,” disse.

Novos vice-presidentes

José Alberto Baltieri, CFA

É formado em Administração pela USP e atua no mercado de capitais desde 2004. Iniciou sua carreira como analista de investimento na Socopa Corretora Paulista, onde cobriu diversos setores da economia. Trabalhou na Fator Corretora, onde atuou como especialista nos setores de Mineração e Siderurgia e Small Caps e posteriormente trabalhou como analista Buy Side e gestor de Renda Variável no Banco Espírito Santo (BES). Está na Bradesco Asset Management desde agosto de 2010, atuando como co-gestor das estratégias de Dividendos e Small Caps e atualmente é o gestor responsável pela estratégia de Renda Variável da BRAM. Possui a certificação CFA desde 2014.

Paulo de Sá

É formado em Engenharia Mecânica pela FEI, Pós-graduado em Finanças pela FGV, Mestre em Administração pela PUC e atua no mercado de capitais desde 1981. Iniciou sua carreira como consultor na Price Waterhouse e posteriormente trabalhou em diversos bancos de investimentos, sendo no Unibanco e Credibanco como analista de empresas e no Multiplic e Lloyds como diretor de investimento. Atualmente é gestor executivo de investimento em Renda Variável e Imobiliários da Funcesp desde 2006.

 Conselheiros Fiscais

Fernando Fanchin, sócio, gestor e analista de renda variável da Teorema Investimentos

Antes de se tornar sócio da Teorema, em maio de 2015, Fanchin atuava na Rio Bravo Investimentos, onde tinha uma trajetória de ativismo, tendo sido membro do Conselho Fiscal da Randon e suplente do conselho fiscal da Metalúrgica Gerdau.

Marcos Matsutani, sócio da Constellation Asset Management

Ingressou na Constellation em 2009, como trainee, e hoje é responsável pelos investimentos dos setores de infraestrutura e energia. É um dos fundadores e idealizadores do Fundo Patrimonial Amigos da Poli, endowment fund para a Escola Politécnica da USP, fundado em 2012.

Vitor Perito, vice-presidente da Franklin Templeton Investimentos no Brasil

Desde junho de 2002 na Franklin Templeton, Perito é responsável pelas cobertura do setor de saúde, construção civil, propriedades, concessões de infraestrutura, transporte aéreo e logística.